Publicado por BNews, em 30 de Julho de 2017.
Políticos não têm interesse em combater a corrupção, diz
Moro.
Por Redação BNews | Fotos: Reprodução
Para o juiz federal Sergio Moro, responsável pela Operação
Lava Jato, falta interesse da classe política brasileira em combater a
corrupção.
"Lamentavelmente, eu vejo uma ausência de um discurso
mais vigoroso por parte das autoridades políticas brasileiras em relação ao
problema da corrupção. Fica a impressão de que essa é uma tarefa única e exclusiva
de policiais, procuradores e juízes", afirmou Moro em entrevista concedida
à Folha e a outros integrantes do grupo internacional de jornalismo
colaborativo "Investiga Lava Jato" – o jornal é um dos coordenadores
da iniciativa.
Rebatendo críticas sobre o fato de ter fixado benefícios
para réus que ainda estão negociando delação premiada, o juiz afirmou que
"o direito não é uma ciência exata".
Segundo ele, a prisão do ex-presidente da Câmara dos
Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) mostra que não há investigações seletivas
contra o PT.
Moro defendeu ainda o levantamento do sigilo da
interceptação telefônica da conversa entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva e a então presidente Dilma Rousseff, em 2016. Segundo o magistrado,
"as pessoas tinham direito de saber a respeito do conteúdo daqueles
diálogos".
Sobre as provas utilizadas na condenação de Lula usando
apenas “presunções”, Moro ainda disse: Teoricamente, uma classificação do
processo penal é a da prova direta e da prova indireta, que é a tal da prova
indiciária. Para ficar num exemplo clássico: uma testemunha que viu um
homicídio. É uma prova direta. Uma prova indireta é alguém que não viu o
homicídio, mas viu alguém deixando o local do crime com uma arma fumegando. Ele
não presenciou o fato, mas viu algo do qual se infere que a pessoa é culpada.
Quando o juiz decide, avalia as provas diretas e as indiretas. Não é nada
extraordinário em relação ao que acontece no cotidiano das varas criminais.
Texto e imagem reproduzidos do site: bocaonews.com.br
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