Ana Beatriz Frade morreu em assalto no Rio de Janeiro.
Foto: Reprodução/Facebook.
Rio de Janeiro, 7 de maio de 2016.
Avó de jovem morta em arrastão no RJ lamenta perder para a
violência.
Estudante foi baleada durante cerco de traficantes perto da
Linha Amarela.
Vítima era do Rio, mas morava com os avós há três anos em
Guarapari.
Mariah Friedrich, Rita Benezath e Danielle Saquetto
Do G1 ES e de A Gazeta.
Os avós da estudante Ana Beatriz Frade, 17 anos, morta
durante um arrastão perto da Linha Amarela, na Zona Norte do Rio de Janeiro, na
manhã deste sábado (7), saíram de Guarapari, no Espírito Santo, e foram para
Petrópolis, no Rio de Janeiro, nesta tarde, para o velório e enterro da neta. A
avó da vítima Teresa Frade conversou com o G1 e, desolada, lamentou perder a
neta para a violência.
A jovem foi morta por um tiro durante um arrastão, na altura
do bairro de Del Castilho, Zona Norte do Rio de Janeiro. O crime aconteceu
depois que o viaduto de acesso à via expressa foi fechado por homens armados. A
adolescente estava no banco do carona de um utilitário dirigido pelo padastro,
quando o veículo foi atingido. Ainda havia outra criança numa cadeirinha no
banco traseiro, que nada sofreu.
Por telefone, a avó de Ana Beatriz explicou ao G1 que o
padrasto da neta foi encontrá-la assim que chegou de viagem. A garota, que era
do Rio, morava há três anos em Guarapari, na Grande Vitória, com a avó e viajou
ao Rio para passar o Dia das Mães com a mãe.
Durante o percurso, o padrasto furou o bloqueio dos
traficantes e a adolescente foi atingida por um dos disparo e morreu. Teresa
acrescentou que é muito difícil lidar com a perda da neta e lamentou a
violência que continua a deixar vítimas pelo país. "É difícil", disse
a avó.
Os amigos e familiares de Ana Beatriz também tem lamentado o
crime em suas redes sociais."Mais uma vítima da violência, sempre é
triste, mas quando acerta o seio da sua família é devastador", comentou
uma prima, a estudante Camila Frade, em seu Facebook.
O amigo Patrick Silva, que tinha conversado com Ana Beatriz
na noite anterior, ficou sabendo da morte por meio de um grupo no WhatsApp.
"Eu acordei com a notícia que ela morreu. A gente tem um grupo e eu, na
hora, achei que fosse brincadeira, pois tinha falado um dia antes com ela. Foi
chocante", conta Patrick.
Os dois se conheceram no verão deste ano, em Guarapari e
tinham marcado de se verem na próxima semana. Ele, que mora em Cachoeiro, diz
que Ana sempre frequentava a casa dele e vice-versa. "Nos conhecemos há
pouco tempo, mas ela era uma menina tão simpática e receptiva, que viramos amigos
muito rápido. Ela era sempre muito carinhosa", lamenta o amigo.
O estudante Heitor Oliveira de Batista é amigo da jovem
desde 2013, quando ela se mudou para Guarapari, e conta que a adolescente
estava em sua casa nesta sexta-feira (6), até a hora de ir à rodoviária.
"Ela estava bem animada com a viagem e para encontrar a mãe",
relembra Heitor. A simpatia da menina também foi destacada pelo amigo.
"Ela era muito gente boa. Vinha em minha casa quase sempre, pois tenho uma
sobrinha que ela adorava visitar. Ana era muito bem humorada e humilde",
afirma.
A jovem, que frequentemente ia ao Rio de Janeiro, falou com
a mãe pelo Facetime na noite desta sexta-feira (6).
A amiga da vítima, Júlia Stefanon, informou que a menina
mora com os avós em Guarapari há três anos. Como não via a mãe há algum tempo,
a adolescente resolveu ir de ônibus até o Rio de Janeiro surpreendê-la na
véspera do Dia das Mães.
"Ela estava bem ansiosa para a viagem, nós nos falamos
ontem (sexta-feira) à noite. Eu ainda não acredito no que aconteceu. Assim que
recebi a informação, liguei para os avós dela, que confirmaram a morte da
Beatriz", lamenta Júlia.
Texto e imagem reproduzidos do site:
g1.globo.com/espirito-santo
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